Por que Pentecostal? 4ª Parte


Quero hoje discorrer sobre o título pentecostal. Já pararam para pensar o quem tem a ver uma coisa com a outra? Certa vez fiz essa pergunta a uma irmã e ela disse que pentecostes foi o dia em que o Espírito Santo desceu. Eu provoquei e disse: Tem certeza que é só isso irmã? Ela respondeu que sim.
Pentecostes é uma festa judaica: Contareis para vós outros desde o dia imediato ao sábado, desde o dia em que trouxerdes o molho da oferta movida; sete semanas inteiras serão. Até ao dia imediato ao sétimo sábado, contareis cinqüenta dias; então, trareis nova oferta de manjares ao SENHOR. Das vossas moradas trareis dois pães para serem movidos; de duas dízimas de um efa de farinha serão; levedados se cozerão; são primícias ao SENHOR. Com o pão oferecereis sete cordeiros sem defeito de um ano, e um novilho, e dois carneiros; holocausto serão ao SENHOR, com a sua oferta de manjares e as suas libações, por oferta queimada de aroma agradável ao SENHOR. Também oferecereis um bode, para oferta pelo pecado, e dois cordeiros de um ano, por oferta pacífica. Então, o sacerdote os moverá, com o pão das primícias, por oferta movida perante o SENHOR, com os dois cordeiros; santos serão ao SENHOR, para o uso do sacerdote. No mesmo dia, se proclamará que tereis santa convocação; nenhuma obra servil fareis; é estatuto perpétuo em todas as vossas moradas, pelas vossas gerações. Quando segardes a messe da vossa terra, não rebuscareis os cantos do vosso campo, nem colhereis as espigas caídas da vossa sega; para o pobre e para o estrangeiro as deixareis. Eu sou o SENHOR, vosso Deus” (Levítico 23.15-22). Pergunto eu: Isso tem alguma coisa a ver com o derramamento do Espírito Santo? Não! Pentecostes tem esse nome por causa do cálculo dos dias em que é celebrada, ou seja, 50 dias após a páscoa. Na verdade é um apelido, porque esse título surgiu nos tempos do Novo Testamento e é de inegável influencia grega (pentekostos). Na Lei ela é chamada apenas de “Festa da Sega” ou “Festa das Semanas”. Como os pentecostais iriam fazer se não tivesse sido criado esse apelido? A grande questão é que se trata apenas de uma festa judaica ligada a colheita agrícola. Pesquisando o assunto encontrei esse comentário interessante: “As festas religiosas de Israel estavam ligadas ao ciclo agrícola da nação. A festa dos Pães Asmos ocorria em em abril ou maio, como celebração da primeira colheita da cevada. Sete semanas depois, ocorria a Festa das Semanas, que celebrava a colheita de outras safras de cereais, tais como trigo. Finalmente, vinha a Festa dos Tabernáculos, que comemorava a colheita final e o fim da estação agrícola[i].” Alguns tentam argumentar que esse evento é um símbolo de que aqueles que se convertem seriam os frutos de uma grande colheita, mas esse é um pensamento particular deles, a Bíblia não dá suporte algum a tal afirmação. O mais evidente é que nenhum apóstolo faz qualquer menção a pentecostes como fazem os “pentecostais” hoje, chega quase a ser idolatria.
Os discípulos estavam reunidos em obediência ao mandado de JESUS e aguardando o cumprimento da promessa feita nos 40 dias que antecederam a ascensão (Atos 1.4), é claro que eles não sabiam muito bem do que se tratava, mas estavam esperando. Vale salientar que os discípulos ainda deviam estar amedrontados por parte dos judeus. E esse derramamento repentino (Atos 2.2) pego-os de surpresa, isso prova que eles não estavam nem buscando e nem pedindo, foi um ato soberano de Deus.

Pr. Samuel


[i] Comentário em A Bíblia de Estudo de Genebra, pág. 106 -  Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil.